Lançamento de Livros

O gado, a carne e o couro: as dinâmicas de produção, abastecimento e exportação (Maranhão e Piauí, 1750-1779)

SAMIR LOLA ROLAND

Neste livro, buscamos tomar a pecuária como objeto de estudo, adotando uma visão sobre os diferentes aspectos que envolveram a economia do gado. Nesse sentido, embora boa parte da historiografia tenha trabalhado com esta temática de maneira compartimentada, ao tratar da produção, da territorialidade, do abastecimento e da exportação, como temas relacionados, o que queremos demonstrar é que, conectando os diferentes temas que envolvem a pecuária, alcançamos uma visão mais holística e abrangente sobre o tema. Entendemos que, para chegar ao produto, seja o couro, a carne ou o próprio gado, a economia da pecuária precisou enfrentar toda uma cadeia produtiva que exigia terras, mão de obra e dependia da iniciativa de particulares e autoridades régias para a garantia desse negócio, em meio a diversas disputas territoriais, políticas e econômicas que envolveram os sertões da capitania do Maranhão e Piauí na época.

Data do lançamento
22/10/2025
Horário
15:45 às 16:45
Local
Auditório Setorial do CCH

Orígenes Adamantius Erasmo de Rotterdam: Exegese, Retórica e Alegoria

Sidinei Francisco do Nascimento

Orígenes foi largamente autodidata, sua predicação pressupunha uma intensa meditação escriturística, um tradutor exímio, um gramático militante que prezava pela retórica simples. Entusiasmado pela Grécia (pátria ideal de todo o humanismo), com o labor constante, sofrera com a maldade dos invejosos devido a sua popularidade como homem piedoso. Vivenciara uma árdua miséria, tinha terror aos suplícios, teve problemas na adolescência depois da morte de seu pai Leônidas, quando todos os bens da família foram confiscados pelo império. Eunuco, sacerdote, mestre na catequese de Alexandria, fora perseguido pelo episcopado de seu tempo, pois o que estava em jogo eram o controle e a normatização da fé contra todo o desvio doutrinal. Diante da inveja de muitos, Orígenes se retira de Alexandria e parte para o exílio em Cesareia.

Erasmo, por sua vez, vivenciara quase os mesmos conflitos, pois também teve problemas com a Igreja de sua época, fora um tradutor preocupadíssimo com a fidelidade de suas fontes, gramático, em certa medida autodidata, bastardo, fruto de um nascimento ilegítimo, desde muito pequeno perambulava pelos mosteiros da Europa. Homem piedoso, proclamava a tolerância, mas, ao mesmo tempo, sofria críticas tanto da ortodoxia, quanto dos dissidentes. Era a favor da retórica simples, do sermão breve e eclesiástico. Sermo totus simplex est et ecclesiasticus.208 Viajava constantemente porque fugia das doenças endêmicas por toda Europa e das guerras de religião. Fora diretor do Colégio das Três Línguas, onde o futuro teólogo deveria aprender as boas letras mescladas à cultura clássica e cristã, onde se ensinava o grego, o hebraico e o latim, para compreender, estudar e interpretar as escrituras recorrendo às fontes, mas também lugar que vivenciara muitos problemas, como aquele do embate a respeito da melhor leitura de Agostinho. Seria Agostinho um escolástico ou àquele abraçado à antiga teologia? A sua vontade de reformar a vida religiosa fora alvo de muitas insídias. Ao final da vida, o humanista parte para seu exílio em Basileia. Basilea mihi asylum? Monacorum ista vox est. Orígenes e Erasmo possuíam grandes afinidades, mas as maiores e as mais fecundas que legaram, como exemplos para a posteridade como grandes exegetas, foram a erudição e piedade, o amor às letras e o desejo de Deus.

Data do lançamento
22/10/2025
Horário
15:45 às 16:45
Local
Auditório Setorial do CCH

Perspectivismo e interculturalidade

Oswaldo Giacóia Jr.

No pensamento de Nietzsche, o perspectivismo também pode ser interpretado como momento de catástrofe, cujo étimo designa reviravolta, reversão e reflexão. O perspectivismo nietzschiano tem origem no processo histórico de crise da razão, que afeta os valores e princípios cardinais de nossa cultura, mas que, como movimento de retorno sobre e contra si mesmo, também abre horizontes de sentido para novas possibilidades de morada humana no mundo.

Data do lançamento
22 de outubro de 2025
Horário
17 horas
Local
Auditório Setorial do CCH

Esquizossemiótica e Psicologia da Diferença: Acordos discordantes entre Peirce e Deleuze & Guattari. Por uma cartografia das invenções artísticas

Diego Frank Marques Cavalcante

A Semiopsicologia da diferença é uma ciência engajada na pesquisa dos vestígios semióticos da produção desejante em máquinas concretas delimitadas. Esquizossemiótica é a junção entre as ideias de Peirce, Deleuze e Guattari com o objetivo de criar conceitos que auxiliem essa ciência. De acordo com Peirce, a psicologia é um estudo experimental da mente. Essa é uma potência diferenciadora de propósitos (finious) que possibilita um acoplamento entre quase mentes (território) em relação aos afetos do fora a-significante. É a mediação do signo que possibilita graus de repetição (ritornelo) que distinguem o território do fora caótico.

Um acontecimento é um encontro irritante da mente com “o fora” que viola os signos conservadores e desterritorializa sua solda semiótica. A mente esquizo (produção desejante) é as fissuras
semióticas em um território em acontecimento. O signo molecular é a emergência de meios singulares entre as quase mentes diferenciadas que reterritorializam inventivamente o território rasgado. Cada máquina acoplada ao agenciamento produz fluxos semióticos específicos. A Semiopsicologia da diferença investiga essas expressões singulares. Tomamos a obra de arte como um campo privilegiado de pesquisa.

Data do lançamento
23 de outubro de 2025
Horário
15h45
Local
Auditório B (Ribamar Caldeira)

Puérpera – de mim, da letra e do que não foi dito

Debora dos Reis Cordeiro

A obra “Puérpera – de mim, da letra e do que não foi dito” se divide em quatro partes, tendo 55 poesias ao todo. É uma reflexão profunda sobre a experiência da transformação feminina, escrita pela poeta Débora dos Reis Cordeiro, que utiliza uma linguagem poética e visceral que combina delicadeza e força. A obra apresenta uma série de poemas que exploram a jornada da mulher em um momento de profunda mudança pessoal e social. Em seu primeiro capítulo, “Putrificada”, a autora discorre sobre a primeira camada de identidade do corpo social feminino, que julga ser a constituição do Outro em si, causando estranhamento, trauma e morte. No segundo capítulo do livro, “Parto-Palavra”, a poeta radicaliza-se em si mesma, expurgando o arbitrário que a forjou a partir da palavra, e reinventa-se a partir da palavra. O ato de dizer, de falar de si e de se retomar, entretanto, é apenas possível junto a outras mulheres. As personagens principais neste capítulo transitam em torno de um eu-lírico que se entrelaça com figuras femininas significativas, como mãe, avó e amigas. Em sua terceira etapa, o livro traz a vida após a morte/parto. Em “Bicho Outra Vez” a autora apresenta ao leitor poemas que remontam à sua recriação física e material, um batismo em sua própria natureza, emergindo, assim, um corpo selvagem e transmutado. Por fim, a autora conclui sua jornada com “outra morte desejada”. É no último capítulo do livro que o corpo, erotizado anteriormente – que se “vitriniza” para os olhos de quem o observa -, agora se apresenta santificado, ou seja, é apossado pelos poderes divinos, pois cria, é criado e se regula, assim como a trindade. A morte em “Viva” é tratada, então, como uma passagem para outras possíveis realidades, caminhos e mundos, um fim que não a aterroriza, pois é recomeço. A trama de “Puérpera” se desenrola em um tecido de memórias e reflexões de um corpo que se pôs a parir a si mesmo. E nunca voltará ao que era antes.

Sobre a autora

Debora Reis é ludovicense, nascida em novembro de 1984, e é filha de pai maranhense e mãe sergipana, respectivamente Vivaldo e Angélica. Formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Mestra pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), atua no campo da educação desde 2008 – atualmente, é assessora pedagógica e professora na Faculdade Santa Terezinha (CEST).

Mãe de três crianças, Dimitri (9 anos), Théo (6 anos), e Amelie (3 anos), e atualmente em um relacionamento estável com Marcelo Ferraro, Debora Reis faz poesia desde que começou o seu letramento escolar, sendo entusiasta das palavras por todo seu percurso estudantil.

Data do lançamento
22/10/2025
Horário
15:45 às 16:45
Local
Auditório Setorial do CCH

Histérica

Debora dos Reis Cordeiro

Em sua primeira publicação, Debora Reis estabelece em “Histérica” um marco temporal não só sobre sua história inicial como poeta, mas também sobre sua trajetória como mulher e fases que marcaram sua vida, indo dos relacionamentos amorosos aos casamentos, divórcio e maternidade.

No livro, a autora descobre novos caminhos em sua caminhada, e se desafia na construção de uma carreira no campo da produção literária. “A obra foi fruto de alguns anos de escrita, ao longo de períodos distintos. Vi nas letras um caminho para transbordar meus sentidos e angústias, e também, para me traduzir”, reflete Debora.

A decisão de reunir as poesias em uma obra poética surgiu em meados de 2021, virando um propósito pessoal da autora a partir do início de uma nova fase em sua vida. “‘Histérica’ reúne poesias de uma mulher em meio a dores, em uma sociedade que naturaliza diversas violências de gênero. Ao compreender que, apesar de estar falando de si, de uma eu vulnerável, os poemas eram, na verdade, a realidade de muitas mulheres. Assim, a publicação ganhou novas motivações”, acrescenta Debora.

Desta forma, “Histérica – poesias de quem sobreviveu mulher” visa alcançar outras mulheres que podem se reconhecer nos enredos vividos pela autora, ao falar da dor que empodera quem fala e, também, da dor com outras que sofrem as mesmas violências e empodera também quem ouve.

“[‘Histérica’] é como um lugar de esperança e pretende nutrir a fé em dias melhores para as filhas, esposas, mães; enfim, para as mulheres”, conclui. O livro já está disponível no site da Editora Folheando, neste link: .

Sobre a autora

Debora Reis é ludovicense, nascida em novembro de 1984 e é filha de pai maranhense e mãe sergipana, respectivamente Vivaldo e Angélica. Formada em Pedagogia pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Mestra pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), atua no campo da educação desde 2008 – atualmente, é assessora pedagógica e professora na Faculdade Santa Terezinha (CEST).

Mãe de três crianças, Dimitri (9 anos), Théo (6 anos), e Amelie (3 anos), e atualmente em um relacionamento estável com Marcelo Ferraro, Debora Reis faz poesia desde que começou o seu letramento escolar, sendo entusiasta das palavras por todo seu percurso estudantil.

Data do lançamento
22/10/2025
Horário
15:45 às 16:45
Local
Auditório Setorial do CCH

I Livro Griot do MNU: Memórias de Vida e de Luta da Idosidade Negra

Caio Gabriel, Maicon Nunes, Rosana Rufino

O I Livro Griot do MNU é uma obra fundamental que reúne memórias valiosas e histórias inspiradoras da idosidade Negra brasileira. Com 161 páginas em formato 14x21cm e capa flexível, este livro apresenta uma coletânea de 46 textos que documentam experiências, lutas e conquistas de ativistas negros e negras. Publicado pelo Editora Sabedoria Griot, o livro é resultado de um trabalho colaborativo coordenado por Lenny Blue de Oliveira e José Adão de Oliveira e Organizado por Caio Gabriel, Maicon Nunes e Rosana Rufino. Esta obra não apenas preserva a memória coletiva, mas também fortalece e homenageia a ancestralidade viva, reconhecendo a importância dos mais velhos na luta pela igualdade racial. Uma leitura essencial para compreender a trajetória do movimento negro no Brasil através das vozes de quem viveu e continua vivendo essa história de resistência e transformação social.

Data do lançamento
23/10/2025
Horário
15:45 às 16:45
Local
Auditório Setorial do CCH

Entre o Orun e o Aye – Carolina e Abdias

Autoras e autores pretos: Adriano Moura, Clodd Dias, Diogo Nogue, Gilda Portella, Ilma Fátima de Jesus, Jefferson Lima, Leandro Passos, Lilia Guerra, Negro Du, Plínio Camillo, Renan Wangler, Rozzi Brasil, Sérgio Rosa, Sued Fernandes e Thiago Pedroso

Travessia preta entre memória, palavra e reexistência

Quinze autoras e autores negros, de diferentes territórios do Brasil, tecem narrativas que celebram Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento, pilares da intelectualidade negra. Entre o Orun (espiritualidade) e o Ayê (cotidiano), este livro é ferramenta e flecha: uma coletânea de palavras que curam, despertam e resistem.

Ideal para clubes de leitura, espaços educativos, bibliotecas pretas e para quem busca a literatura como instrumento de transformação.

Data do lançamento
23/10/2025
Horário
15:45 às 16:45
Local
Auditório Setorial do CCH

A noite dos homens-espelhos

Alexander Ortega Marín

A intriga central é a aventura noturna em Madri de um jovem jornalista latino-americano que busca escrever uma crônica sobre Salvador, um scort e ator pornô colombiano. Através das respostas de Salvador, o jornalista se interroga sobre a droga do chemsex, a Prep, o HIV, os imaginários sobre a feminilidade e a beleza masculina “europeia”, o impacto dos aplicativos de encontro, a festa e a indústria pornográfica. O texto termina com o grande ponto de interrogação do narrador, que se dá conta, ao fim do relato, de que o belo e viril Salvador nunca lhe falou de amor.

— Aí estou te contando coisas íntimas demais. Isso não vai me ajudar em nada a resolver meus problemas… Por que estou contando aqui minha vida a pessoas que não conheço? Você pode contar tudo o que quiser sobre mim, com a única condição de não revelar meu nome.

Depois de escrever textos acadêmicos sobre os preconceitos racistas e de classe na obra da escritora colombiana Marvel Moreno, Alexander Ortega-Marín nos propõe, com este livro, um novo estilo de escrita para confrontar os imaginários da homossexualidade entre europeus e latino-americanos. Inspirado no estilo de um de seus cronistas preferidos, Ryszard Kapuściński, Ortega-Marín nos apresenta um narrador que, em um aparente jogo de observação objetiva, expõe ao leitor as opiniões de Salvador, de um psicólogo social norte-americano, de um médico colombiano e de um diretor de pornô à moda antiga. Trata-se de um mosaico de opiniões subjetivas que busca suscitar questionamentos no leitor sobre certas questões relativas à sexualidade gay.

— Decidi escrever sobre Salvador no dia em que ele me disse que sua contaminação pelo HIV tinha sido como uma libertação. Nesse dia, soube que Salvador iria nos contar coisas que a maioria das pessoas não sabe.

Sobre o autor

Alexander Ortega Marín é um escritor colombiano que vive em Paris há 10 anos. É licenciado em Espanhol e Literatura pela Universidade do Atlântico, em Barranquilla, Colômbia. Em 2013, fez um mestrado em Ciências da Linguagem na Sorbonne Nouvelle, com um estudo sobre as políticas linguísticas do crioulo de San Basilio de Palenque, na Colômbia. Escreveu para alguns jornais colombianos, destacando-se uma entrevista que realizou com o escritor de best-sellers Joël Dicker. Em 2018, obteve o título de doutor em Estudos Hispânicos pela Sorbonne. Atualmente, é ATER na Universidade de Paris.

Data do lançamento
23/10/2025
Horário
15:45 às 16:45
Local
Auditório Setorial do CCH

Sala 22

Thais Nunes

A geração que desistiu de sonhar — Em Sala 22, a autora maranhense questiona como as inteligências artificiais impactam radicalmente o mundo do trabalho, transformando o otimismo de uma geração em desilusão sobre a promessa da transformação digital.

Sala 22 é o segundo romance de Thais Nunes, que ganha publicação pelo selo Transversal da Editora Oito e Meio em outubro deste ano.

A história nos apresenta Rute, uma jovem do interior que sonha em se livrar do destino doméstico das mulheres de sua família, chega ao pensionato da universidade da capital onde irá estudar, um lugar marcado pela decrepitude e por uma estranha e incessante chuva.

Lá, conhece Doni, um rapaz pobre que almeja dar uma vida melhor para a mãe, Lara e Ben. Intrigado pela tenacidade de Rute, Doni a convida, juntamente com seus novos amigos, a ingressar em um misterioso grupo de empreendedores visionários, capitaneados pelo carismático e megalomaníaco Jota H, a Sala 22.

Interessada na promessa de sucesso dos iniciados na Sala 22, Rute aceita participar de um estranho jogo. Sua missão é conquistar novos usuários e impedir que alunos fiquem eternamente presos em armadilhas brutais escondidas no hostil campus, imergindo em uma maratona frenética que segue a lógica dos pesadelos.

Sala 22 traz uma discussão atual e necessária sobre como Millenials e a Geração Z se tornaram uma geração perdida e como as bolhas de inovação reproduzem a exploração da classe trabalhadora na forma mais cruel de um capitalismo arcaico.

Sobre a autora

Thais Nunes é escritora de ficção especulativa de São Luís do Maranhão. Nos seus
textos gosta de explorar o estranho, o absurdo e o maravilhoso nas questões de gênero e
nas relações entre trabalho e tecnologia – quase sempre incorporando aspectos
distópicos e de horror. Seu romance de estreia é a distopia Meio-Norte 2B84 pelo selo
Transversal da Editora Oito e Meio. Irá publicar seu segundo romance, Sala 22, uma
distopia corporativa, também pela mesma editora. Já publicou contos em diversas
coletâneas de literatura contemporânea e ficção científica e escreve a newsletter literária
@thaisliteratura. Licenciada em Letras (UEMA), mestra e doutoranda em Cultura e
Sociedade (UFMA), atualmente desenvolve pesquisa sobre autorias femininas como
Ursula K. Le Guin a partir da esquizoanálise.

Data do lançamento
23/10/2025
Horário
15:45 às 16:45
Local
Auditório Setorial do CCH